Sentir

Sentir às vezes é um problema.

Ou alimenta a alma em sua magnetude insustentável.

Ou fomenta a fraqueza da existência.

Sentir em sua finalidade primária

Nos torna sensível a ter que sentir.

Nos faz entender:

Que é preciso deixar as águas rolarem.

Os rios seguirem seu percurso.

Em risos largos ocupando seu espaço.

Sabendo que pessoas entram e saem.

Saem e entram da sua vida.

Entendendo que delas partem a decisão de ir ou ficar.

Sentir é um processo árduo que exige renúncia.

Demanda delicadeza, sultileza e sensibilidade.

Para sentir de verdade o outro em suas várias mutações.

É uma transposição.

Se deslocar ao lugar do outro.

É senti-lo em profundidade.

É navegar por mares desconhecidos.

É, talvez uma viagem sem volta.

É ao fim um ato de empatia.

Sentir é comprar a causa do outro.

É viver a dor do outro.

Pelo simples fato de se enxergar nele.

É ser afeto, é ser tristeza, é ser amor e delicadeza.

Sentindo que a vida é uma constante mutação.

E que somos envolvidos por ela.

É ensinar que é possível florir no inverno extremo.

E o deserto sombrio é habitável.

E que a dor é tão suportável quanto a existência.

Que se é forte e frágil ao mesmo tempo.

É abrir mão de eleger o herói e o vilão.

E entender que em qualquer dimensão.

A batalha entre o ser e o não ser

é intríseca a existência humana.

E que sentir...é tão necessário quanto respirar.

Driely xavier
Enviado por Driely xavier em 11/02/2021
Reeditado em 11/02/2021
Código do texto: T7181793
Classificação de conteúdo: seguro