Cavaleiro de Madeira
Sou um misto de Quixote e Pinóquio
Na ilusão de mentiras e atos heróicos
No tropego de um cavaleiro andante
Ah, quem dera ter um grilo falante
Alma da mesma madeira dos grandes moinhos
De memória da amada apenas um lenço de linho
Criado da mão de um idoso Gepeto
Delirante tentativa de menino perfeito
Ora foragido com o circo itinerante
Ora engenhoso como um fidalgo errante
Engolido pela vida, a prodigiosa baleia
No escuro sonhando com saudosa aldeia
Sem faca, sem mágica, sem Sancho Pança
Só vaga lembrança da do doce La Mancha
David Leite