Vive Comigo nas Entranhas

Vive Comigo nas Entranhas

O olho me olha

Me vê ao longe

Convexo

Reconvexo.

Me conhece

Sabe quem Sou

Esbulha-me

Esmiúça-me

Quando

Como

Onde

Quer

Testemunha minhas feiúras

Deixa-me ser

Lembra-me das crueldades

Vividas por detrás das grades

Cede visão no arremate, nas grandezas

Quando percebe

Que em mim

Ocorreu um estado de felicidade

Esquece as rédeas

Quando se permite

Assistir-me na sacanagem

O olho me tem

Milimetricamente

Me tem

Não existe pressa nele

Somente constância

Cede a mim o zoom na luta

Facultando-me o uso do direito a poda

Ao refino dos atos, do apurar do saber

Cair e levantar

Sofrer a derrota, e a perda

A hora do chegar, e do sair

Do amar, e do deixar de amar

Do orquestrar o emocional na ira

Do recolher a orquestra quando na posição

Do mais fraco

Emudecer

Do degustar a vitória e o sucesso, e parar

Expulsar os demônios

Que insiste tornar permanente

O transitório

O ilusório

Descansa quando

Eu descanso

Quando a noite chega

E a Lua aparece

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 30/01/2021
Código do texto: T7172504
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