Vive Comigo nas Entranhas
Vive Comigo nas Entranhas
O olho me olha
Me vê ao longe
Convexo
Reconvexo.
Me conhece
Sabe quem Sou
Esbulha-me
Esmiúça-me
Quando
Como
Onde
Quer
Testemunha minhas feiúras
Deixa-me ser
Lembra-me das crueldades
Vividas por detrás das grades
Cede visão no arremate, nas grandezas
Quando percebe
Que em mim
Ocorreu um estado de felicidade
Esquece as rédeas
Quando se permite
Assistir-me na sacanagem
O olho me tem
Milimetricamente
Me tem
Não existe pressa nele
Somente constância
Cede a mim o zoom na luta
Facultando-me o uso do direito a poda
Ao refino dos atos, do apurar do saber
Cair e levantar
Sofrer a derrota, e a perda
A hora do chegar, e do sair
Do amar, e do deixar de amar
Do orquestrar o emocional na ira
Do recolher a orquestra quando na posição
Do mais fraco
Emudecer
Do degustar a vitória e o sucesso, e parar
Expulsar os demônios
Que insiste tornar permanente
O transitório
O ilusório
Descansa quando
Eu descanso
Quando a noite chega
E a Lua aparece