Contraditória

Sou luz sou escuridão,

Ainda que meus versos

falem de amor,

Sofro na solidão.

Sou caos, sou calmaria

Sou poesia indefinida

Sou espada, sou escudo

Sou nada... E por vezes sou tudo.

Indefinidamente sou a brisa

e o olho do furacão, a voz que grita mais alto, e muitas das vezes só um sussurro...

Um nó na garganta atravessado.

Exalo o perfume das rosas,

em contraste com a fúria do espinho na carne, que fere, fura, corta...

Que acomete dores profundas.

Imperfeita, louca

Me calo, e às vezes berro até fica rouca

Me cubro para o mundo, outras vezes arranco véu da hipocrisia, sem euforia, canto alegrias contraditórias

Em doces versos, teço tristes poesias inglórias.

Sou indefinida, sou dualidade, sou uma pequena partícula,

Avessa, como uma lâmina contundente

O rasgo da seda,

O rasgo da alma presa

Que demanda toda tristeza

Na suavidade, na aspereza

Expondo toda minha estranheza.

Tecendo caminhos

Que expressam

Tudo que em meu peito é infinito.

Não temo sentir extremo

Temo sim a frieza e o vazio de sentimentos.