Longe do esplendor do sol, cabisbaixo diante de tanta luz, oneroso de tanta grandiosidade, pérgulo, sem sombra, oviso, sem ramos de brilhos, sem luas tímidas a remoer o sol de grandezas, fico eu, olhando o início e o fim das coisas que não tem a mínima importância, nem para o céu, nem para a terra.

É habitar a terra do vazio e sonhar em ser rei.


Vejo homens portentosos e pertinentes ao poder, dobrar a esquina da vida e, depois, desaparecer.

Para mim, porém, escravo do tempo e das coisas que fazem a mágica se remediar, parar e se transformar, é um dia tímido. Mas, é meu dia de festa, pois lá estou, descobrindo a vida.

E se faço a festa, levo o bolo.

E se há luz neste borborinho de maravilhas, me sinto atonteado por estar vivo e compreender que cada pedaço do que vejo, é um pedaço de mim.
Tenho penachos dos que vivem somente à procurar pedras.
Mas o circo faz parte da história dos homens...
E é o vazio, a morte ou a insensarez que se aproximam !


 
José Kappel
Enviado por José Kappel em 29/01/2021
Reeditado em 29/01/2021
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