Cavando o passado
Não sei se a passagem pelo túnel infernal da vida foi doce ou amarga. Se foi um ensinamento ou uma renúncia ao saber, nem se valeu enquanto durou. Mas foi divertido brincar no declive enfadonho do envelhecimento, como um palhaço risonho a ensaiar para um público misterioso . Não sei se preparei a sepultura com a cal necessária para os vermes dormirem a minha espera. Acostumei-me aos desafetos e vislumbrei os ocasos na solidão das tardes desbotadas.