Lúcida Penitência

Quis amar e não soube até quando e quanto, percorreu o caminho do encantamento, viu num instante o mais puro contentamento, se tornar fruto alucinógeno.

Mente vã, corpo e alma em perigo, com a fragilidade de amar sem cursor, serenou as curvas de tanto desejo, porém se rendeu e o grito calou.

Dentro de possibilidades escolheu apenas uma, aquela que viveu repetidamente, sobrou na dança das cadeiras, teve medo mas não fugiu da serpente.

Rendeu-se até o instante profundo sem sequer maturar as ideias, o coração falou bem mais alto, e diluiu-se como mel na colmeia.

Ora realidade, ora ilusão, pressentia com dor e agonia, e no rastro de uma paixão, os algozes fecundaram nostalgia, assombrando com costumeira fantasia.

Antes fosse apenas engano, destes de dilacerar ser humano, quando a roleta gira sobre si, a russa acerta o alvo, e para quem insiste em não reagir, o fardo é certamente pesado.

Estupidez consciente, penaliza quem se afunilou, rivalizando o certo e incerto, sem conseguir sobressair o humor, vida degradada por lucidez sem o próprio amor.

CarlaBezerra

Divina Flor
Enviado por Divina Flor em 24/01/2021
Código do texto: T7167548
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