A vacina que cura
De tudo o que aprendi com a pandemia, poucas coisas tem relação direta com a biologia ou a medicina.
Estive tão preocupada com a morte e com as minhas perdas que criei a minha própria vacina.
Não para combater o vírus. Isso não! É coisa de cientista!
A minha descoberta é muito mais intimista.
A minha primeira aprendizagem foi sobre a humanidade.
Descobri que sou humana. É, parece tolice! Mas é a pura verdade.
Dizem que errar é humano. Então tá aí. Eu errei. Logo sou humana. E viva a humanidade!
Mas não o erro!
O erro me fez ver que sendo humana sou passível de cometer os mesmos "deslizes" que eu condenei em outras pessoas a minha vida toda.
Eu meio que pensava estar imune a certas tentações da carne e do espírito. Então: julguei, condenei e puni em nome de uma "imunidade" que hoje eu aprendi que não possuo.
Mas agora estou ciente disso. E o meu erro foi a vacina contra a minha soberba. Uma vacina que eu a engoli para enxergar que sou humana e passível de falhas. Agora não julgo mais. Posso não aceitar os erros mas já procuro entendê-los.
Em segundo lugar eu descobri que o melhor lugar para se guardar os meus desenganos, medos e anseios é na poesia escrita.
Na poesia todos eles se diluem... Se espalham e se dispersam... E o meu coração poético encontra eco, ritmo e espaço para reverberar sua voz em Sonetos, Indrisos, Poetrix e outros textos...
Ah! E a poesia também foi a vacina contra a minha solidão: da alma, da mente e do espírito...
E acredito que para muitas outras pessoas também.
Ela cura a dor, a revolta, a vontade de gritar...
Pois, assim que você escreve o que sente, o seu peito se acalma... Você inspira, chora, sente fome e até dorme melhor.
Mas, de tudo o que eu aprendi na pandemia...
Eu posso dizer com ousadia que a mais importante tem a ver com o amor.
Alguns poderão e irão dizer que é paixão.
Mas eu não!
Eu digo com certeza! O amor é a causa de tudo.
Da ilusão, do ódio, da emoção, do tesão e até da própria paixão.
Dêem o nome que quiserem: Interesse, carência, solidariedade, caridade, namoro, amizade, casamento, liberdade, saudade...
Qualquer nome! Podem escolher!
Tirem o amor e me digam: o que resta? O que vêm?
Pois é! Nada!
Então está aí. O amor é a vacina!
A única que cura quando contamina!
O amor é a causa da cura para: a ganância, a indiferença...
A miséria, a solidão, a tristeza, a intriga, a distância...
A soberba, a inveja, a falsidade... E até para a ignorância!
Mas tem tanta gente com medo de vacina!
Adriribeiro/@adri.poesias