• CONFIDÊNCIA ¹

Esperei por aquela noite, como quem não tivesse mais nenhum momento da vida a perder. Esperei por aquele encontro, antes mesmo de estar sentado diante dela, daquele sorriso e do brilho do olhar. Esperei por aquela noite, antes mesmo de ficar envergonhado ao olhar para o decote dela, imaginando tocar cada fração do corpo dela, imaginando ser capaz de provocar e instigar os desejos e vontades mais sublimes ao eriçar sua pele, ao arrepiar sua alma, ao descobrir seus sorrisos com a ponta dos dedos. Esperei por aquela noite, sentado a beira mar, na praia sob o luar com aquela mulher encaixada em meus quadris, sussurrando em meu ouvido, arranhando minha pele com intensa suavidade, como quem fizesse uma leitura em braile de cada sonho, de cada contexto e roteiro imaginado e sonhado para encontrar aquela mulher. Esperei por aquela noite, de olhos fechados, imaginando surgir no banho mais prazeroso que poderia tomar, com as mãos dela acariciando minha pele, e minhas mãos tateando e esculpindo cada sonho, mostrando que não queria ser mais do que pudesse sentir, do que quisesse sentir e viver. Foi diante do espelho, ao beijar a nuca dela, que pude ver seu melhor reflexo, o sorriso malicioso, com aquele ardiloso olhar, de quem teria possuído minha alma e coração antes que pudesse tomar seu corpo nas mãos, antes que pudesse segurar em seus quadris, mesmo antes de poder caminhar entre a multidão, imaginando aquele salto alto e camisão, banhado com vinho, conduzido por melodia, acompanhado por um olhar que não queria perder nenhum detalhe dela. Esperei por aquela noite, porque nunca imaginei que seria diferente, porque nunca, mesmo em desencontros, que sentir as pernas dela entrelaçadas em meu pescoço, ou mesmo em meus quadris, fosse um assédio, mesmo um pecado, que sentir o sorriso formar nos lábios dela, não fosse uma contestação de que mesmo em desencontros, nosso caminhos foram destinados a acontecer, que aquele olhar parecia atrair como um farol, aquele sorriso podia seduzir e encantar, fascinar meus sentidos, e tirar meu juízo, mas alimentar a certeza, de que não seria por uma noite, porque estava enlaçado nos caprichos dela, assim como queria enlaçar aquela mulher com capricho e em detalhes, do vinho ao ruído do mar encontrando a praia em uma madrugada qualquer. Esperei por aquele encontro, apreciando aquele sorriso sentado a mesa, deitado na cama, decifrando os silêncios, ouvindo os murmúrios e sussurros do coração daquela mulher, sedutora e atraente, mas interessante como um anagrama, um labirinto por onde alguém pode ficar perdido, ao interpretar seus sinais, ao não atrair a alma e coração dela, para uma dança feita de intenções e prazeres. Foi antes mesmo, do jantar, naquela mesa, antes da noite perfeita, onde fiz dela minha inspiração, minha obra prima, onde descobri que além do sorriso de menina, muito além daquele olhar, existe uma mulher que ninguém pode conhecer, que alguém não quis ver, que alguém não pode sentir, mas que naquela noite, por capricho do acaso, ou porque existe mesmo um destino, que une vidas além do tempo, que enlaça vidas além do que podemos sonhar e imaginar, que ao encontrar aquela mulher, de um jeito divino e sobrenatural, descobrir que dois corpos apenas pode ser enlaçados, quando sintonia e conexão, une alma e coração em um sincronia que mesmo em sonho, em imaginação não é possível que possa existir ou acontecer.

• Damien Lockheart ¹

DAMIEN DARKHOLME
Enviado por DAMIEN DARKHOLME em 16/01/2021
Código do texto: T7160793
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