Labirinto
Eu acabo de sair de um labirinto
Não me pergunte como
Eu não saberia responder
Não marquei o trajeto que fiz
E não reconheci nenhuma marca
Enquanto o percorri
Labirintos não têm lógica
Tornam-se mais indecifráveis
Quanto mais forem as alternativas
A cada passagem, um retorno
A cada retorno, uma passagem
Labirintos são sucessivos becos
E para cada beco não há saída
Um lápis nas mãos de uma criança
Uma criança
À frente de um papel de desenhar
Intrincados traços
Que oferecem riscos não planejados
Não são como aeroportos
Que oferecem portões de saída
As saídas são aleatórias
Sem placas, sem indicativos
Eu saí, ainda embriagado
Com tantas voltas que dei
De ressaca
Labirintos nunca mais