Labirinto

Eu acabo de sair de um labirinto

Não me pergunte como

Eu não saberia responder

Não marquei o trajeto que fiz

E não reconheci nenhuma marca

Enquanto o percorri

Labirintos não têm lógica

Tornam-se mais indecifráveis

Quanto mais forem as alternativas

A cada passagem, um retorno

A cada retorno, uma passagem

Labirintos são sucessivos becos

E para cada beco não há saída

Um lápis nas mãos de uma criança

Uma criança

À frente de um papel de desenhar

Intrincados traços

Que oferecem riscos não planejados

Não são como aeroportos

Que oferecem portões de saída

As saídas são aleatórias

Sem placas, sem indicativos

Eu saí, ainda embriagado

Com tantas voltas que dei

De ressaca

Labirintos nunca mais

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 15/01/2021
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