Bons demais
Estávamos deitados na área quente da praia. Inusitadamente quente. Havia tido no dia anterior a nossa decisão de ir a praia, uma notícia dessas que aparecem no noticiário de urgências da televisão brasileira: "amanhã haverá uma forte tempestade, o aconselhável é não sair de casa".
Mas olhe que loucura; é nosso melhor momento para irmos à praia. E fomos.
Lá chegando, estendi uma toalha preta na areia, tirei o short e ela os brincos.
Quando deitamos, sentimos o calor odorento de coisa morna e desagradável. Perguntei se ela queria mudar de lugar, mas ela me respondeu que éramos nós o odor natural de qualquer-coisa-inútil. Aceitei, deitei ao lado e a beijei. Não existiu naquele dia "eu te amo". Tudo Foi desagradável e mesmo assim, gostoso.
Resumo de um compartilhamento estranho em solo racional: amor sem lacunas... distribuído pelas coisas do corpo.