Sangria

Regressara como nunca estivesse estado. À volta, à espera, as memórias novas dos tempos passados: as ruas por onde o tráfego era raro, e raso e ávido e escuro era o mundo que habitara. De fronte à quase-morte, morria-se pouco à cada dia, mas morria. Morria de agonia e de pranto. Morria no fio que era a vida. O sangue e a ferida, os órgãos e o corpo perecível. Perecia. Entendia que a valia era o instantâneo. Nem mais, nem tanto. A vida era o sopro daquele dia. A vida é um relâmpago.