Saquinho de Ossos

Na calçada falava com o velho sobre como os animais sentem

Tal qual o cão, a vaca, o porco também podem ser de estimação

Eles retribuem carinho, querem atenção

E para mim, não serviam de alimento

Quando os vejo em confinamento

Seus olhos repassam o medo

De serem o jantar de amanhã

Em segundos - na magia que as ruas contém -

Passa outro velho de poucos dentes,

Mas fez-se em sorriso por que carregava consigo

Uma nova amizade

A galinha, carijó franzina

Me olhava de bico aberto em seus braços

Não com temor, mas sim como se dissesse:

_Agora encontrei o amor

E o velho feliz lhe deu um nome

Saquinho de Ossos foi viver em seu quintal

Na sombra da mangueira reinaria feliz

Era o céu da galinha.

Madame F
Enviado por Madame F em 12/01/2021
Reeditado em 21/06/2021
Código do texto: T7157894
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