PARA NÃO DEIXAR MORRER A POESIA
Para Não Deixar Morrer A Poesia
Quero encontrar uma flor
com orvalhos de alegria,
com espinhos de amor,
e com as pétalas da poesia.
Mas, há flores como os vinhos
Com absintos na cor,
Inebriam com seus espinhos
fazendo da alegria... dor.
Elas estão pelo jardim
dissimuladas de alegria,
com suas pétalas de cetim
para a morte da poesia.
Quero encontrar uma flor
com as cores da alegria,
com o néctar do amor,
e com perfume da poesia.
Mas, há flores mariposas,
Que a todos e a tudo assistem,
Amantes como as esposas,
Mas adúlteras e também tristes.
Elas estão pela cidade
luminosas e macias,
com suas cores de vaidade
para a morte da poesia.
Procuro a flor da floresta
regada pela água da fonte.
Oxalá! Eu encontre
esta flor da qual preciso.
Que a brisa tenha o canto,
O sol, um radiante sorriso,
O orvalho, um doce pranto,
E a Terra, o Paraíso.
Quando encontrar esta flor,
cuja cor seja o manto,
que o perfume tenha amor,
que o espinho tenha encanto
para não sentir a dor
dos desejos, com certeza,
cortá-los-ei com amor,
para sempre-viva deixá-la
eternamente à Natureza.
(Osvaldo Resquetti) agosto/95