Mãos

Mãos dadas são a síntese da união entre pessoas que se estimam de verdade.

Podem andar entrelaçadas como sinal de intimidade e cumplicidade.

É bom ter a certeza de que há outra mão que amparará a sua quando você tropeçar.

Elas enxugam o suor e as lágrimas, sejam de tristeza ou alegria, ao longo do seu caminhar.

Elas gesticulam executando um balé ao som de uma música sem acordes,

Balé gracioso e mudo, bela música revelada somente a quem possui o dom especial divino e nobre.

Expressando a suavidade e até mesmo a espiritualidade de quem está a bailar.

O que se passa no coração, na alma, como também simula os sons que a boca não pode pronunciar.

Atrevidas elas desbravam territórios proibidos ou profanos;

Em linguagem igualmente universal elas passeiam levianas;

Talvez por amor ou desejo elas teimam em conquistar;

E queimam de paixão, pois, quase tudo é alcançável a uma mão.

Também ceifam matas, abatem florestas e infertilizam o solo combalido

Em desrespeito ao bem mundial e o ambiente que as envolvem, entristecido.

Isso sem dúvida não tem motivo nem faz sentido, sela definitivamente nosso pobre destino.

Também dormentes de tanto labutar, elas trazem o sustento, o alimento.

Calejadas elas trabalham de sol a sol sem encontrar o mínimo alento,

somente esperam que o mesmo sol que derrama seu suor traga a luz abundante em sua ampla essência;

capaz de iluminar suas vidas e aliviar seu viver a despeito de toda a inclemência.

Seu doce toque suave e morno vale mais que mil tesouros perdidos no mar.

Cura dores, resgata almas e recupera a energia de quem já pensava em se entregar.

Agora, renovadas as forças, os seres escrevem com o próprio punho o seu futuro.

Futuro de paz, harmonia e fé, que se constrói com esforços e coração puro.