Lá estava a esperança ancorada no navio da expectativa. As ondas que iam e vinham, balançavam a sua dor como se a quisesse acalentar ou ofertar abrigo para a alma dilacerada.
Vestiu-se de menino e foi buscar conhecimento na fonte, ora de moto, ora de carro, aumentava os números do velocímetro e, por consequência, resgatava em quilômetros o caminho que fazia de forma serena e responsável.
Não fosse a imprudência do homem que acelerava em busca do sustento, à base de guaraná e enérgico, o certificado de engenharia chegaria no mês último.
Dormem faceiros os sonhos, na beleza estética de um rosto que traduzia a alegria em covas rasas, que não obstante a luta fosse árdua, desistir nunca foi alternativa.
No coração naufragado na imensidão da distância que agora separa, restaram as lembranças, também fixadas à parede.
Vez ou outra, abre a janela e as lágrimas vão escorrendo, correndo, dando a entender que o mistério da passagem faz cama de saudade pra acobertar os suspiros que às vezes falham.
Absoluto mesmo é ver morrer uma mãe, por dentro... Numa vista da janela.
Mônica Cordeiro
Enviado por Mônica Cordeiro em 06/01/2021
Reeditado em 06/01/2021
Código do texto: T7153349
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