Oceano
Enxergaste o oceano que há em mim, mesmo no leito no qual me fiz acomodar
Identificaste as infindas mulheres que hão em mim
E a cada uma delas amaste, reverenciando-as
Disseste de mim, que me via rio, era o berço de todas as águas
Enxergaste em mim oceano, que eu mesma não mais vi
A mim, disseste, não havia como a uma face apenas se afeiçoar
Se a todas pertence o belo
O belo de umas são deleite
O belo de outras o jeito duro, forte, imponente
A outras o belo é só o poder de amar e se entregar
Entre tantos outros belos
Ainda (disseste), que aquele que quiser vir a mim, deve saber que sou oceano,
Mais, que a mim deverá entender como um iceberg
Cujo cume é apenas o face que desejo mostrar
Preciso tornar a ver-me
Assim como tu o vês