Trabalhei quando criança
Com meus pais trabalhei em plena infância cuidando dos irmãos e trabalhando na roça. Nesse tempo, mesmo trabalhando pesado. eu encontrava tempo e lugares para brincar. Mas quando eu tinha 10 anos de idade, meu pai me botou para trabalhar na casa de uma professora chamada Socorro Lima, ainda me lembro de tudo. Lá eu trabalhei durante um ano, apenas pela comida, poucas roupas e estudo... Nesse tempo fiquei sem brincar, pois tinha que cuidar de dois bebês, arrumar a casa e quando ela chegava eu ainda ia bem rápido no rio que ficava pertinho, lavar as roupas das crianças e só depois eu ia para escola. Nesse ano eu não brinquei, porque assumi tarefas de adulto. A dona Socorro fez de mim sua serva e eu na minha doce inocência adorava aquela vida repleta de comidas e algumas roupas de tecido barato. Hoje eu sei que deixei de viver um ano da minha infância. Depois desse tempo ela foi morar em São Paulo e eu tive que voltar chorando para a casa de uma irmã paterna, onde eu também tralhava e cuidava do meu sobrinho, lá eu também não podia brincar. Isso durou três meses e minha mãe veio me buscar para estudar na cidade. Saí também chorando e não queria voltar, porque lá em casa faltava tudo, até a comida faltava frequentemente . Mas enfim, voltei e depois que cheguei comecei a brincar e na minha magia poética eu tinha tudo. E viajava para meu mundo imaginário ... E assim de forma sofrida brinquei até os meus 14 anos... E dessa forma retornei para os braços da minha infância...
***
Maria de Fátima Alves de Carvalho
Poetisa da Caatinga
Natal, 23.12.2020
Foto de um ano após meu retorno para a casa dos meus pais.
Com meus pais trabalhei em plena infância cuidando dos irmãos e trabalhando na roça. Nesse tempo, mesmo trabalhando pesado. eu encontrava tempo e lugares para brincar. Mas quando eu tinha 10 anos de idade, meu pai me botou para trabalhar na casa de uma professora chamada Socorro Lima, ainda me lembro de tudo. Lá eu trabalhei durante um ano, apenas pela comida, poucas roupas e estudo... Nesse tempo fiquei sem brincar, pois tinha que cuidar de dois bebês, arrumar a casa e quando ela chegava eu ainda ia bem rápido no rio que ficava pertinho, lavar as roupas das crianças e só depois eu ia para escola. Nesse ano eu não brinquei, porque assumi tarefas de adulto. A dona Socorro fez de mim sua serva e eu na minha doce inocência adorava aquela vida repleta de comidas e algumas roupas de tecido barato. Hoje eu sei que deixei de viver um ano da minha infância. Depois desse tempo ela foi morar em São Paulo e eu tive que voltar chorando para a casa de uma irmã paterna, onde eu também tralhava e cuidava do meu sobrinho, lá eu também não podia brincar. Isso durou três meses e minha mãe veio me buscar para estudar na cidade. Saí também chorando e não queria voltar, porque lá em casa faltava tudo, até a comida faltava frequentemente . Mas enfim, voltei e depois que cheguei comecei a brincar e na minha magia poética eu tinha tudo. E viajava para meu mundo imaginário ... E assim de forma sofrida brinquei até os meus 14 anos... E dessa forma retornei para os braços da minha infância...
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Maria de Fátima Alves de Carvalho
Poetisa da Caatinga
Natal, 23.12.2020
Foto de um ano após meu retorno para a casa dos meus pais.