O insólito lírio
Ele trazia no olhar, não o brilho da vertigem, mas as faíscas do martírio, como uma sombra diabólica a desfilar no pesadelo da carne em decomposição e empestava o ar com as zombarias do escárnio. Uma combinação obstinada dos espíritos debochados que vagam em busca dos prazeres da maldição, repleto de confrarias viciadas. E seguia contaminando a desgraça interior dos desolados e depois salpicava a perversão doentia entre gritos e gemidos A gosma traiçoeira a escorrer pelos poros infestados com um odor fétido, era constante em toda podridão daquela alma asquerosa, envolta em nuvens sangrentas de inocentes vítimas. Devia ser um desvio do prazer agonizante, cuja sentença é ir despencando no precipício do inferno, durante a inquietação do espectro hediondo, a vomitar feito uma besta na agonia da imortalidade, para o delírio íntimo da perversão.