O roçado
Hoje, no pé da noite, a tristeza me pegou de jeito. Uma dor manhosa, sem quê, nem porquê... Só doeu, doeu...
O choro correu, achando as comportas abertas dos olhos. Deve ser pra regar as palavras da poetisa. No roçado do poeta, as plantas são palavras; a chuva são as lágrimas; o sol é a alegria; o vento é a brincadeira; o solo é a razão e o céu é a fantasia!...
A lavoura será farta, caso haja tudo isso na medida certa. Às vezes, é preciso recolher em cestos a tristeza...
Já a alegria, uma sementinha só põe vida na vida da gente!