O roçado

Hoje, no pé da noite, a tristeza me pegou de jeito. Uma dor manhosa, sem quê, nem porquê... Só doeu, doeu...

O choro correu, achando as comportas abertas dos olhos. Deve ser pra regar as palavras da poetisa. No roçado do poeta, as plantas são palavras; a chuva são as lágrimas; o sol é a alegria; o vento é a brincadeira; o solo é a razão e o céu é a fantasia!...

A lavoura será farta, caso haja tudo isso na medida certa. Às vezes, é preciso recolher em cestos a tristeza...

Já a alegria, uma sementinha só põe vida na vida da gente!

Cassia Caryne
Enviado por Cassia Caryne em 12/12/2020
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