A Samuel, do rio do tédio
Meu melhor amigo vive a função do ócio; em que consiste a falta de poesia, e crença no trabalho. Quando acontece o oposto, num sorriso de sorrizal, ponho-me prontamente a espera de que fique mais um pouco, beba mais um pouco e que, assim despojado em exclusivo dia, aprenda a enxergar a vida como acréscimo da morte.
Seus versos técnicos, com espanto de surpresa falsa, modificam o ambiente de flores e cerveja em gotículas de preocupação; o nervoso espaço no quadrante Sul da vida monótona e cibernética.
No escuro dos convites que o faço, nasce uma injusta e mentirosa esperança: aquilo que de um todo ela é! E como os românticos em cinematográfica emoção, há o fim do beijo de amante.
Por fim, curiosamente por fim, seu dialeto predileto é o "não!"
Cansado, mas ainda amante, reflito mais uma contradição de potência vital... aquela mentira técnica vence.