Resilência
Tenho gostos à moda antiga, porquê
não nasci ontem ... Eis o motivo.
Quando quero me situar busco
o calendário de parede,
sempre carrego um comigo, quando
em outro lugar vou me demorar.
Mesmo quando não posso
colocá-lo na parede alheia, guardo
em uma gaveta, gosto de cada mês
que vai embora, arrancar a página,
agradecendo o mês (vida) vivido,
olho a próxima página, peço coisas
boas para todos os seres do mundo.
A mente às vezes fica presa em um
lugar no tempo ... Quando não
quero recordar, basta um pequeno
detalhe ... A história está lá!
Nove de dezembro é inevitável
todo ano mentalizo não vou lembrar,
há trinta anos risquei de tudo,
mas a memória não apagou.
Nesta linda manhã de quarta-feira,
fui mexer no calendário
para me situar sobre a próxima lua,
nessa minha selenofilia ...
Quando me deparei com o numeral
nove _Que susto!
Já já vou pôr em prática a antiga
resilência, essa que faz toda
minha viagem através do tempo valer
e com mais nada me abalar...
Disfarcei a mente olhando a gravura
o nove de dezembro não sairá.