Trágico

Trágico, é assim que eu defino. Não há outra definição possível mesmo, então, essa tragédia exponencia. Trágico a todo momento, a todo pensamento, a toda possibilidade e a toda ação. Não há como não ser trágico, o surgimento foi trágico, tudo em sua trajetória é trágico, o fim não será divergente.

Fica em minha memória as tragédias que me atingiram, trágico...

Se fosse trágico sozinho..., não, traz a tragédia dele aos outros, sendo inconsequente, irresponsável e inconsciente. Ora por querer, ora por ignorância, ora por ingenuidade; às vezes elas se unem. O que importa é a tragédia, nunca deixa de ser trágico. Parece até ser contagioso, a tragédia espalha-se pelos outros e, novamente, estou exposto para ela me alcançar, mais uma vez.

Tento me esconder, deixar de ser um alvo, porém, o risco é muito alto.

A qualquer momento a tragédia pode consumir-me por completo. Imagine só, que trágico seria... Mesmo que me resguarde, disfarce e

oculte, a tragédia sempre estará a assombrar, à espreita, aguardando o momento certo. Nada se esconde para sempre. É assim, mas eu prefiro seguir na minha inocência de crer que eu não estarei aqui para quando essa tragédia acontecer, mesmo lutando para que este azar não ocorra enquanto eu estiver vivo.

Se isso ocorrer, quem se esconderá será eu, não mais os fragmentos de minha pessoa.

Rodrigo Hontojita
Enviado por Rodrigo Hontojita em 08/12/2020
Código do texto: T7131035
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