As Florestas
Oh, floresta da festa do tempo inteiro!
Teus bichos, teus cantos e teus brejeiros,
Tuas onças pintadas, veados e tatus,
Hoje carniças à mercê dos urubus;
Tuas folhas queimadas e teus troncos nus,
Teu choro pela morte dos teus donos
Teu brado de socorro tristes abandonos,
Oh, Floresta! As matas que ainda te restam
Sob os olhos dos que não prestam,
Agonizam.
E o teu som inconfundível
Agora cada vez mais inaudível
Pela culpa dos injustos seres
Que embalados pelos fétidos prazeres
A ti, destroem.
As florestas da chuva farta
Agoniza e infarta
Deitada ao chão.
Ênio Azevedo