Encontro

Já te digo meu amigo. Não encaro divergência como algo pessoal. Somos o que somos. E assim seguimos. A fora gostos pessoais, sou daqueles que entendem a vida como uma estrada, às vezes pavimentada, outras, sem nenhuma benfeitoria. Há ainda aquela que precisa de manutenção. Para as estradas pavimentadas, ou seja, uma vida já estabelecida, não se espera muito; percorrer com asfalto lizinho, sem ondulações, sem nenhum buraco, não se pode dizer que será difícil o percurso, a não ser por culpa do motorista. Numa estrada sem nada, sem um mínimo de garantia, de segurança, desnivelada, numa via onde cada avanço, cada metro vencido, alivia a tensão e minimiza o medo da morte. Não precisa ser engenheiro pra saber que a possibilidade de acidente é quase certa. Para essas estradas, se impõe que se comece a pavimentação com uma terraplanagem muito bem feita, muito bem compactada que não resulte em solo arenoso e para que a colocação do asfalto não facilite acidentes. Tanto numa, quanto noutra, se faz necessário a vigília constante. A manutenção será a garantia de segurança para quem nela trafega. Enfim, meu amigo, só passei para um café que, ao encontra-lo, resultou num saboroso e delicioso fim de noite. Gostei de vê-lo. Eu também, respondeu Jorge, antes de pedir a conta e saudar Dona Maria, mãe de Manuel, que da chapa acenou um tchau, e voltou os olhos para Júlia, moça que ele devota um secreto amor platônico.