Deusa louca
Cansada de ficar solitária ante tantos desditos, saiu em uma tarde como uma deusa louca. Despenteada em gritos roucos, rasgou sua roupa e na desdita sina de ser sombra que escorria nos muros, entrou nos bares à procura dos poetas.
O aroma de tristeza pairava no ar em perpétuo luto. Riu de forma escandalosa e ninguém ouviu ou sentiu, sua presença.
Cantou sua música preferida, dançou e chorou. Saiu fazendo reverência à plateia muda e de repente na porta, um sorriso flutua na sombra de um rosto. Todos os ossos iluminado, e os olhos melancólicos em perene solidão. Ele a viu e acalentando seus dissabores, amores, dores e solidão escreveu seu mais belo poema para a deusa louca de nome... Poesia.
Na avenida Tocantis,//Cruzando com Anhanguera,//.A poesia se fez quimera,//Morando dentro de mim.
Grata ao poeta
Jacó Filho