NANDA ME MANDA AMAR

É nesta cidade capricorniana que se vê quão complexo é amar.

Nanda ama, esnoba do amor, desama

Faz figurões caírem de quatro: políticos astutos ruírem de desejo.

Faceira, ela desperta a cobiça. Os másculos mais eriçados a desejam, iludem-se que estão a lhe assediar.

"É uma garota insana, Nanda. Modelo de qual círculo?

Gata ingrata, pretensiosa!"

Nada importa

As ilhargas e os glúteos são o ópio que cegam.

Hoje está um dia frio, carrancudo

Carrego este sobretudo de homem importante

Este casaco pode nem me aquecer

Minha concupiscência, minha artimanha

Não coadunam com o Poder

Agora o amor de Nanda vira um ódio que consome

Se transforma em armadilha, avidez ímpar

O mundo se revela pelo iphone

ou pelo Pico do Jaraguá.

Joel de Sá
Enviado por Joel de Sá em 26/11/2020
Reeditado em 26/11/2020
Código do texto: T7121364
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