Números ímpares

ontem eu a vi..

nos encontramos novamente depois de um mês que, nós dois, deixamos de ser um par, e nos tornamos dois números ímpares..

ela estava tão linda quanto o dia que eu a conheci

cabelo castanho como os seus olhos

esboçou um simples sorriso

não vou mentir, eu tremi

achei que era miragem

não acreditei a primeira vista

olhei para trás novamente

era ela

por fora eu estava inteiro, já por dentro, desmoronando..

pensei em não falar, mas, já era tarde demais, antes de eu conseguir pensar, meu corpo agiu

eu a chamei

ela percebeu

nos abraçamos

se conectamos novamente por um curto período de tempo

o cheiro do cabelo dela me fez lembrar de todos os momentos que eu passei com ela, todas as cicatrizes se abriram, e logo eu percebi que não era a mesma coisa

aquele abraço foi o mais gostoso e doloroso que eu já recebi

eu desejei naquele momento, que o tempo congelasse, ou que aqueles quinze segundos de abraços durassem pelo resto da minha vida

o tempo acabou

ela me soltou

eu a soltei

voltamos a ser dois números ímpares

ela sorriu, e me deixou

de costas indo embora

e eu pensando no porque eu a deixei ir

mas logo lembrei que..

se ela se foi

meu abraço já não era mais o seu lar...

-Alcoolatra anônimo

alcoólatra anônimo
Enviado por alcoólatra anônimo em 24/11/2020
Reeditado em 24/11/2020
Código do texto: T7119110
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