Dor

Dor...

Apenas dor, minha companheira de longa jornada, sinto dor intensa mas não posso gritar, não há mais lágrimas

Dor que rasga, que preenche todos meus espaços, horas a fio.

Dor que aprendi a disfarçar bem por trás de um sorriso, sinto, clamo pedindo o fim, não quero mais sentir, não suporto mais sangrar...

Sangue vermelho escarlate, que escorre invisível, nas minhas chagas, do corpo e da alma...sou dela uma escrava, todos os dias.

Se pudessem me ver, me sentir, saberiam do que falo, não sabem...melhor assim.

Dor que atormenta, afugenta sonhos, objetivos, dor que criou raizes, entranhou, se alojou, não sei mais o que é viver sem ela, rouba minha vida, não dá trégua.

Emana tristeza, desânimo de continuar, na apatia dos dias preciso levantar... sentindo, chorando, gritando por cada movimento, em silêncio sofrendo por dentro...

Cansei de mostrar, de falar para as paredes, cansei de tentar fazer entender o que meu corpo sente.

Cansei de convencer, cansei de transparecer para quem sequer me olha com amor, de entender que sinto todas as dores, que derramo lágrimas em silêncio, no meu canto escuro, pra não incomodar...sem queixumes, sem tormentos.

Não sei mais viver sem senti-la...

Dor...minha companheira, me rendo a sua vilania, és parte da minha vida.