Vou caminhando a esmo
Vou caminhando a esmo. Por mais que eu saiba cada passo seguinte, o caminho parece ser sempre o passado. Pequenos feixes de luzes negras. Uma beleza embaçada por descaminhos e nevoeiros. O passar sinuoso pela estrada reta, mostrava claramente o limiar de ideias em torno do inexistente que existia sim, mas que estava somente do lado mais fraco. A estrada era limpa, o caminho sensato, o futuro por certo, ereto. As curvas não são emboscadas, não são armadilhas. Acalenta o passo, vá em frente aos olhos; cabeça reta, desejo esguio, certeza em idas. Nada pode mudar o que se faz com a certeza de alma; com um comboio de ventos que sopram cores vivas e que de vida se doam. Mas o pouco, o ruim, o ímpio, tudo ladeia o fraco; tudo escancara o inexistente; tudo combina com o pouco querer. É vida que fica encruada nos cantos, esperando por algo que sempre se teve. tudo caminha são. Não há que se modificar o rumo quando a rota é a mais bela e simples que se possa ir. A verdade é que tudo se dá, tudo se quer, tudo se faz, tudo se pode.