DECLARAÇÃO DE AMOR
DECLARAÇÃO DE AMOR
Eu a amo como a um sentimento primeiro, com a modéstia de iniciante, com sintonia de entes pares e gêmeos, com a bagagem de experimentado viajante, mas como se fora o derradeiro.
Eu a amo com a convicção de quem sabe não descobrir nada, porém com a crença e o orgulho de quem reaprende a trilhar a mesma estrada.
Eu a amo como quem vê somente a superfície, mas que procura a raiz, como quem sente a matéria e ao mesmo tempo busca a alma.
Eu a amo com a certeza de que o sol surge e com a clareza da luz que dele irradia, mas também cônscio de que ele se põe e de que a vida nos traz noites sombrias.
Eu a amo com o sabor da água de nascente, com o frescor da cachoeira, com a liberdade de pés descalços, a tocar a terra nua e fria da brisa da manhã.
Eu a amo como o vento ama a chuva, como o pássaro a copa das árvores, como o vinho a uva, como o beija-flor o néctar das flores, como um monge o retiro, como o dia a claridade, como a lua a escuridão do céu.
Eu a amo, porque quando a toco, sinto soar os sinos de uma canção amena, porque em seus braços sinto a presença de um anjo bom e a divindade de uma criatura terrena.
Eu a amo como a um ente emotivo que a mente concebeu, que sua pessoa encantou e o coração adotou para adorar.
Eu a amo, porque, em seus braços, sinto o calor feminino e nas suas mãos a maciez de seus sentimentos.
Eu a amo on-line, off, presente, ausente, por retrato, real , virtual e o resto.
Eu a amo com a grandeza da vastidão espiritual, em prosa, em verso, em sonho, no livro e, em especial, ao vivo.
Eu a amo, não com rigidez e a ambição de um possesso, mas com a pureza e o descompromisso de um menino liberto no seu mundo de utopias.
Eu a amo, porque sinto a dimensão divina de seu sorriso e a onda magnética de seu mar de felicidade.
Eu a amo, não com a ânsia de possuir, senão com a sede de atingir a sua essência. Eu a amo, não só no prazer e na alegria, mas na sua dor e na sua rebeldia.
Eu a amo, não como vaidade, senão pelo brilho dos olhos e brandura de seu espírito.
Eu a amo, não só pela paz que causa ao meu peito, mas pela força de seus olhares, o calor de seus seios e também pela alegria que faz ao meu leito.
Eu a amo, não somente pela sua beleza escultural, não só pela cor de seus olhos lindos, não por acaso do destino, mas por sina, por escolha espiritual e pelo brilho constante que enxergo em sua intimidade.
Eu a amo, não só pela fartura e meiguice de seus afagos, senão pela energia espontânea e vital que sinto em seus abraços.
Eu a amo, por me sentir um homem forte, mesmo diante das mazelas e tragédias humanas, com equilíbrio e sorte.
Eu a amo, pois é bastante o seu amor, farta a sua companhia, incessante o magnetismo de sua atração, voluntários e naturais nossos encontros, esses cheios de paixão e molhados de encantos.
Eu a amo, não só pela doçura incomparável dos seus beijos, mas pela imagem linda dos jardins que consigo ver, quando toco os seus lábios.
Eu a amo, não só pela suavidade de sua mão, mas também pela confiança que sinto ao pegá-las, não pela perfeição geométrica de seus dedos e unhas, mas pela bondade que me oferece o seu amparo.
Eu a amo, não só pelo cheiroso perfume que usa, mas pela delicadeza e raridade do aroma que seu corpo emana pela minha presença.
Eu a amo, por me ensinou a sorrir em todos os momentos, mesmo nos tristes, porque me incentiva a viver cada minuto, cada segundo e a todo tempo respeitar os sentimentos mais simples.
Eu a amo com a ânsia de quem chega e com a nostalgia de quem parte, mas com a firmeza de quem tem coragem de ir à lua e a marte.
Eu a amo, como é profunda a alma, como é imenso o oceano, como é bela a manhã primaveril, por isso resolvi declarar-me hoje, diante da grandeza dessa afeição, com certeza, com abundância, com serenidade e com calma.
Eu a amo, por toda a graça, a bênção e a dádiva de tê-la encontrado. E a amarei eterna e intensamente, sempre, mesmo noutros tempos, noutras vidas, noutras matérias, noutros espíritos, noutras pessoas. Sentirei seu espírito a cada manhã nova que surgir, a cada emoção linda que tiver, a cada hora em que partir, a cada som bonito que ouvir, a cada ação nobre que fizer, a cada lembrança sua que puder sentir. Vagarei nos jardins da alma e da memória sensorial, no espaço, nas longas estradas da eternidade e do tempo, à procura do seu ser em luz e energia para REVIVER, ETERNIZAR E AGRADECER AO IMENSO PRESENTE QUE VOCÊ É NA MINHA VIDA.
(Anailson, Uberlândia, MG).