A última centelha
Minha chama viva e calorosa foi se apagando nas superfícies geladas e sem vida que tocou. Tornaram o mundo um pouco mais frio e roubaram parte de seu brilho. Meu toque já não aquece, a faísca já não acende. Quem sabe mergulhando fundo o suficiente em meu olhar você ainda encontre resquícios do brilho. Talvez encontre uma última centelha que, no lugar certo, na hora certa, possa me incendiar novamente. Fogo para um novo espetáculo de chamas dançantes, para derreter barreiras de gelo e purificar meu coração metálico (alguns dizem de ferro, outros de ouro). O som das batidas já foi quase esquecido e não sei se será mesmo possível tornar a ouvi-las.