Perdido

“Qual é o sentido da vida?” em algum momento dela você já se perguntou. Se não o fez, está se fazendo exatamente agora, ao ler ou, ainda, por ler, está esperando que aqui a resposta para essa inoportuna pergunta. É, desculpe decepcionar pela expectativa criada, aqui vai pelo ralo toda e qualquer tentativa de formular resposta, tracejar caminho, ou qualquer coisa dessa natureza. A humanidade que nos permeia é tão vasta que um único fato pode mudar toda uma vida. Aqui com certeza alguém já sentiu como disse, mas não quero ter certeza de nada, afinal, certeza mesmo tenho apenas das incessantes mudanças, incertas dentro de si mesmas.

Imagino perguntas do tipo “Ora bolas, do que esse lunático está falando?”, diriam uns. Acalmem-se, falo da dura realidade de viver. Sabe Deus, para os que creem, o sentido da vida... Até porque os que creem, creem na predestinação ou na influência divina para as atitudes da humanidade... “Deus escreve certo por linhas tortas...” Mas e se as ditas linhas, retorcidas da realidade for justamente a liberdade concedida ao falho homem, que dela não sabe gozar? Sartre disse da condenação à liberdade que tem o ser humano, mas quem se dá conta disso, sem querer se dar conta disso? Cautela! Não quero entrar no mérito de discutir a Deus, nem o ateísmo, longe de mim fazer isso. A humanidade pensante recorre a inúmeras formas de entender a si e o mundo, por que não usarmos os questionamentos?

Imagino que queiram saber o porque eu que vos escrevo estou tão desnorteado nas linhas que escrevo. Eu também gostaria de saber, a bem da verdade, porém não o sei. A transitoriedade da vida, sua efemeridade assusta, é fato. Não se precisa muito para se sentir só, se sentir incompreendido, ou qualquer outro traço de melancolia. Falo assim sem ler Bukowski, que dizem ser um filósofo solitário e desacreditado de tudo.

Fato é: preciso me encontrar. Minhas linhas não me trazem aquele romantismo de anos atrás. Decepção faz isso com as pessoas, mas essa é uma parte de mim que não morreu, somente adormeceu. Hibernou ou está em coma, talvez. Nessas situações, que eu saiba, só o tempo trazem respostas e nem sempre são positivas, mas aguardemos na sala de espera. Por quanto tempo? Me digam, se souberem...

Eduardo Costa (Apresentador)
Enviado por Eduardo Costa (Apresentador) em 12/11/2020
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