Defronte a casa da minha mãe existia uma marcenaria, nela trabalhava um rapaz de dezessete anos.
Certo dia alguém achou por bem, ou por mal, denunciar o dono da marcenaria. Certamente esse alguém já é doutorado no assunto. "Denúncia,"  é, porque pra se meter na vida alheia e ensinar como se cria filhos de vizinho, temos muitos por aí com diploma debaixo do braço.
Pois bem, o dono precisou ir lá na minha mãe  fazer uma ligação e nos contou o acontecido.
Pro nosso governo, o rapaz menor  de idade já tinha mulher e filho pra sustentar.
Resultado: O dono da marcenaria foi multado e o rapaz afastado do trabalho.
Eu pergunto: - Quem irá sustentar essa família?
O denunciante? Não,  pois ele só queria ferrar com o empregador. Esse tipo existe aos montes por aí. Ele não está nem um pouco preocupado se os pais tem ou não condição de manter outra família além da que já tem.
O interessante é  que empresas estampam anúncios dizendo que precisam de pessoas experientes pra trabalhar.
Quando ele vai começar a aprender alguma coisa? Se na primeira oportunidade lhe dão uma rasteira.
É tão difícil entender que um jovem de dezessete anos já namora, já faz filho, quer levar a namorada pra comer uma pizza,  quer comprar um tênis novo, um celular, aquela calça que viu na vitrine,  e tantas outras coisas?
Como que fica se os pais não tem condições de suprir?
Fica do jeito que está,  muitos menores iniciando suas experiências nas drogas, sendo mães antes da hora, entrando pro mundo do crime. 
Porque com trabalho tá difícil.  Infelizmente.
Minha mãe é que está certa quando diz:
-Tive dezessete filhos, criei treze.  Coloquei todos pra trabalhar e estudar desde cedo. Não teve ninguém pra se meter na educação deles.Todos estão aí, a mais nova com 50 anos e o mais velho com 76. Me respeitam e me tomam a bênção até hoje.
Tempo bom...




 
Élia Couto Macêdo
Enviado por Élia Couto Macêdo em 04/11/2020
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