Ah! as delicias do domingo!  O sabor das noites de sábado
em que posso ficar vendo um bom filme até as 4 horas da
manhã sabendo que poderei ficar na cama até Deus quiser
 sem me preocupar com o tic tac do relógio.


E assim foi. ou melhor assim nao foi  Acordei bem cedo, super descansada e ainda com direito ao desjejum no jardim embaixo de uma árvorecom som de pássaros tão ou mais felizes que eu.
E foi assim exatamente assim que meu domingo começou.
 que me inspirou a escrever isso.


 
Claro que não foi exatamente esse anjinho ai em cima.
Mas foi um anjo pousado no galho muito parecido.

E perguntei olhando para ele pra onde iria quando voasse.
Se tem coragem para enfrentar o desconhecido?
Se não precisava de companhia nos seus vôos? Se  nunca
 teme uma tempestade?  Se conhece a palavra medo?
E acreditem, mantivemos um diálogo sem palavras por mi-
nutos enquanto eu tomava meu café da manhã embaixo da-
quela árvore.

Deixou-me perplexa com suas respostas silenciosas.
Embora me sentisse feliz compreendeu que naquele mo -
mento era importante aquele nosso contato de olhos e co-
ração.

Disse-me aquele anjo que, nunca se preocupa com os 
porques, com o que vai lhe acontecer quando parte rumo 
ao desconhecido.  Aconselhou-me a ser como ele, andar
sem temor, confiante, sem me preocupar se o peremptório
parecer desgovernado.  Disse-me ainda que nunca está só
conhece ou se faz conhecer   e ser querido por todos os
lugares que seu vôo o leva na vida.

E, certo que tinha passado e deixado sua mensagem para
mim. Olhando-me disse que precisava partir e deixava nes-
se domingo tão feliz para mim sua paz, um pouco da sua 
loucura (pássaros não deviam falar), da sua amizade por 
mim, e, principalmente que nunca eu desistisse do que
busco na vida.
Num último olhar o anjinho sem olhar para trás, partiu.
Voou, buscando outra árvore, outra alma para deixar    sua
mensagem de paz.
ysabella 2009

De presente  deixo uma bela poesia de
Lia Luft

Deus,
eu faço parte do teu gado:
esse que confinas em sonho e paixão,
e às vezes em terrível liberdade.
Sou, como todos, marcada neste flanco
pelo susto da beleza, pelo terror da perda
e pela funda chaga dessa arte
em que pretendo segurar o mundo.
No fundo, Deus,
eu faço parte da manada
que corre para o impossível,
vasto povo desencontrado
a quem tanges, ignoras
ou contornas com teu olhar absorto.
Deus,
eu faço parte do te gado
estranhamente humano,
marcado para correr amar morrer
querendo colo, explicação, perdão
e permanência."
 



LYA LUFT - Em outras palavras, 2006.
ysabella
Enviado por ysabella em 01/11/2020
Reeditado em 02/11/2020
Código do texto: T7101201
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