Vida e morte

Hão de gritar das sinagogas:

Que sujeito mórbido,

homem de pouca fé,

Só fala em dor, tristeza e morte!

Ao contrário, só não esqueço,

Somos ornamentos, consortes

vivendo à flor da pele,

Acerca da vida e da morte,

Eu flerto com a morte

pra justificar a vida,

e com a vida pra encarar a morte,

Quem sabe assim não me choque

ao cruzar a fronteira do meu norte,

Essa zona cinzenta que atrai

e afugenta entre a vida e a morte,

Esse véu alvinegro disforme

de dúvidas lançadas à sorte,

Nossas primas-irmãs

de mãos dadas, vida e morte,

Nessa ciranda de idas e vindas

em turnos e entornos,

Vou seguindo meu turno envolto

procurando algum sentido,

E poesia em seus contornos...

Edvan Souza
Enviado por Edvan Souza em 31/10/2020
Reeditado em 31/10/2020
Código do texto: T7100336
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