Amor... sempre
Não sei por que te vejo assim,
de repente uma resposta antiga,
palavra una, orvalho na seca,
presença na melancolia, certeza,
algum esteio num desabrigado coração,
a coberta para uma alma no relento...
E eu te vejo tão nitidamente,
de repente uma saudade antiga,
puro desejo de me tornar poesia,
eu que nem sei escrever sem descrever,
falo do teu sorriso e do teu olhar,
embora nem te olhe ainda...
Se componho um poema há uma forte razão:
tal revolta da alegria contra a melancolia...
De repente esse episódio em minha história,
esse tal amor, senão belo, sentimento descabido,
em proporções que nem mesmo escolhi,
entra e completa o frasco até que o entorna...
Posso ver além desse rosto de moço belo,
contrastes nas linhas despercebidas,
talvez desenhadas na minha textura mal vivida...
De repente tudo de novo, este meu coração malino,
prega-me peças e palpitações meninas!