Venus flytrap
Parte deste jogo é feita da corporificação de meus estados de dor
Em seus braços, agudiza-se o sofrer de morar fora de mim
O preço são os espinhos crescendo por baixo das unhas
Criamos esta dinâmica em que o transtorno da carne é o gatilho do abraço
Por isso, sem surpresa, faço de suas armadilhas
A ocasião da mutilação autoimposta
Co-orientados pelo trauma, enfumaçamos os pulmões
Enquanto dançamos sob um copo de conhaque
Seus olhos tem um brilho sutil quando encaram as fraturas expostas
Sinto como se pudesse estilhaçar todos os ossos para,
Mais uma vez,
Desfrutarmos nossos silêncios embaixo dessa noite escura e quente
Deito sobre sua carne macia
Enquanto percebo o quanto lhe apraz a ciranda do pesar
É a estação em que me recebera mais uma caça
Quisera ser sempre presa
Satisfeito no sofrimento gentil de ser digerido lentamente dentro de você