Ainda sinto

Ainda sinto a dor pungente, ainda sinto minhas entranhas que gemem entorpecida pelos resquícios de ti, impregnado em cada canto esquecido pelo tempo que lhe afastou de mim.

Quando sou envolvida pelo silêncio, quando esses silêncios me acometem,

em prantos, vejo minhas mãos agarraram o vazio, na solidão do meu quarto frio.

Nesses silêncios ainda ouço sua voz, sussurrar em meu ouvido, trazendo a existência tudo que já não existe mais, e toda esse ausência, tudo vivido, hoje são só lembranças que lasceram, desejo todas as noites revive-las.

Ando desejando viver novamente, momentos que ficaram gravados em minha mente, meu olhar não mente, sua imagem ficou estampada na minha retina, não tenho forças pra espantar meus pensamentos

Só me resta sufocar a dor, e me alimentar de lembranças, ou talvez de uma vaga esperança, que teima em existir em meio ao silêncio .

Meus sentimentos são tão urgentes, hoje me sinto dormente, diante do vazio que deixou, eu viveria tudo novamente, retornaria ao tempo que parou, mas a vida não quis, muros tornaram-se montanhas, a distância intransponível estão ficando tamanhas.

O orgulho, o egoísmo formou um abismo, um buraco negro sem volta, e eu me engano a todo instante, repetindo a mesma frase que essa dor não vai durar, que sou forte o suficiente, e que tudo passa, até mesmo os rios seguem seu curso, esse amor também vai acabar.

Resta -me me agarrar ao prazer vivido, aos momentos hoje aqui dentro tão vivos, resta -me agarrar os fragmentos espalhados na memória, aceitar que nosso tempo findou, e abrir passagem a uma nova história.