A dor do existir
Dizem que o poeta é fingidor
Já eu, não consigo fingir
Acho que não sou poeta, sou dor
A dor do existir.
Dói em mim
Dói em ti
Não sei o porque de ser assim.
Não há romantismo
Quem dera realismo.
Não há cor
Não há amor
Há calculismo.
Nessa dor da existência
Encontrei a solidão
Bati um papo com a consciência
E ela deu-me razão.
Nesse embriagar de ilusões
Que a vida me trouxe
Há contar as omissões
Do poema agridoce.
Dizer sem dizer
Ser sem estar
Ter sem querer
E amar sem amar
Pele por pele, sem amor
Num labor maldito
Um diz que é bonito
E outro é fingidor
Quem dera um pateta
Não sou poeta,
Nesse ir e vir
Eu sou.
De tudo dor
A dor do existir.