DESIGUAL E DESUMANO

Restos das mesas fartas,

Favores, esmolas.

Limitadas sacolas,

Injustiças.

Enquanto isto,

Os cegos de consciência,

Posam de finas donzelas

Ignorando as mazelas

Em que vivem os “urubus”.

Aquecem seus corpos em saunas

Enquanto o “frio” da fome

Despela muitos corpos nus.

Quanto mais ignorância

Lá pras “bandas” do “lixão”,

Mais brilho o rico olha

No seu adorado “chão”.

Esse é o retrato

De uma pobre nação,

Carregada há séculos

Pelos “escravos”

Disfarçados de gente,

Onde os cavalos

São mais bem tratados.

Só com espéculos

Enxergarão nas curvas

Dessas feridas

Abertas no tempo

E usadas num discurso secular

Repetitivo

Que um dia

Ninguém mais aceitará.

Ênio Azevedo

Luciênio Lindoso
Enviado por Luciênio Lindoso em 21/10/2020
Código do texto: T7092473
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