Serenidade
A casa era de uma calma que dava gosto,
onde eu podia sentir o que era a vida, tudo corria bem,
tudo estava satisfatório, os problemas cada vez ficavam
mais distantes.
Em certos momentos dá uma saudade
do antigo lugar, a rua, o barulho das crianças correndo
pelas calçadas gritando alto, todas as noites...
Quantas vezes me levantei para reclamar com elas,
quando eu ia dar um cochilo, ao chegar no meu portão
pelo lado de dentro, nascia uma ternura, um lindo
sentimento. - Tudo bem, tia? Em resposta eu sorria
e entrava...
Não seria eu a tirar daqueles rostos tamanha alegria.
Não entendo a razão, de onde quer que eu vá, na alma
há serenidade ... tudo é silencioso,
em nada vejo maldade.
Foi dessa maneira que envelheci, cheia de sonhos
perdidos, outros... Reconstrui.