Lá onde as rosas selvagens cresciam
Lá onde as rosas selvagens cresciam no reino dos sonhos, épicos esquecidos com a agudeza de espinhos severos, com uma beleza que se transformava em sangue. Onde as rosas vermelhas floresciam refletindo nos cristais da terra, absorvendo o amanhecer ardente sobre a tristeza de pântanos sem fim. Adormeciam abaixo do sussurro das noites, revelando com mais força nas pétalas o vento dos dias, cansadas dos discursos apaixonados. Sua selvageria se manifestou, muitas vezes, no vazio, como um elixir para os olhos. Seu aroma era mágico. Por que, coração, você encolheu? Está calado? Não canta? Lá, na relva, em cima dos penhascos íngremes, uma cor chamuscante penetrava na tua carne, conjurava, deixando-te exausto, rodeando-te impiedosamente sobre o abismo. Lá, na última das doces baladas, você procurava o seu jardim perdido, onde um arbusto brilhante de rosas animadas havia brotado entre as pedras cinzentas.