O encantador de amanheceres

"Era bem cedo ainda quando abri os olhos, depois de passar a noite inteira elocubrando, ergui as minhas duas mãos meio trêmulas à frente do meu rosto e do horizonte apanhei um facho de luz ainda bem tímido que flutuava oscilante pela escuridão, desses que abundam nos amanheceres, e como se lavasse a minha própria alma, com as mãos espalmadas, molhei a minha face com o raio existente e repleto de luz bocejei prolongadamente. Ao perseguir aquele facho de luz que me intrigava em meio à escuridão que me acometia puxei a cortina escura que o privava e descobrindo a janela libertei o sol, que saltou pela trama do tecido e adentrou afoito quarto adentro explodindo o seu brilho repentino iluminou todo o ambiente, entorpecendo as minhas retinas e desacelerando a minha mente. Foi incrível o alvorecer naquele domingo! Depois disso peguei no sono e dormi sem remorso nenhum até o meio dia, quando acordei o sol já estava a pino no céu".