Bestial
Tenho um vasinho azulado perto da boca
Quando estou cansado e as pálpebras pesam
Sinto um pequeno tremor nesta região
Minhas mãos se movem assertivas e sensíveis ao tal local do rosto
Constato uma protuberância
Ao tocá-la, percebo o sangue pulsando pelo corpo
Aos poucos, a vibração salta aos músculos finos
Retine nos ouvidos
Queima um muco que escorre pela garganta
Estou ciente da arrogância manifesta em microexpressões do rosto
Acaricio longamente isso que se faz quase matéria dentro de mim
Não sei seu nome
Não é preciso
Só posso fruir o regozijo deste instinto de devastação
Esse flerte com a essência reabastece a distinção contra os párias
Degusto uma saliva férrea que massageio contra o palato
Respiro profundamente o ar que se faz frio ao redor
Num culto individual e completo
Em que tateio a plena potencialidade de minha origem