Peixe-ave à flor
Deixei-me ir na correnteza
Mergulhei ao fundo do rio
Um peixe que desistiu de nadar
E às águas deixou-se levar
Mas eu crio asas
Que já nem sei se são imaginárias
E me ponho a voar
Cruzando o céu estrelado
E indo ao horizonte para buscar
Uma nova alvorada para ver o dia clarear
Clareando a vida
É a minha missão
Já não sou mais pássaro
Sou um mero espectador da existência
Este rio desaguou
Este céu clareou
Água e céu
Juntos num poema
Testemunhando o desabrochar de uma flor...