O Pavio

O Pavio

Não consigo versejar na insegurança, nas perguntas sem respostas, no ceticismo que encerra a discussão de quem é Deus.

Ficar naquelas respostas prontas sobre o corpo que O deram, no desenho que O identificam como sendo inteiro, ou nas chacotas em face daqueles que buscam significação para a vida no materialismo espiritual.

Mantenho-me ausente do espetáculo na antessala, consciente da minha menoridade intelectual.

Não discordo de quem diz que a plateia poderia estar usufruindo de mais, mesmo que o interlocutor disser que eu seja a que melhor representa o palhaço.

As entrelinhas escapam, sai luz, e, mesmo assim, intuo que por mais que digamos, professamos espiritualidade e religiosidade, não chegamos a dizer nada sobre sua essência.

Vislumbro que Ele é muito mais. Infinitamente mais! Tenho a sensação de que se continuar olhando para frente no aguardo Dele apresentar sua face, vá me surpreender chegando pela porta dos fundos, e eu perder parte da surpresa.

Irei contentando aguardar o amanhecer para degustar do que O Absoluto Cria, e por meio da contemplação, relacionar com Ele pelo coração.

Neste sentimento experiencio o mais profundo e sublime estado que um Ser Humano pode alcançar.

Não aceitarei restar-me contentar com o normal da indiferença, nem arranharei minha alma mais com perguntas que moram na escuridão sobre quem Sou, o que Sou, para onde irei.

Não importo mais ao fato de não conseguir arrancar-me de mim mesma.

Submeterei ser o pavio, resumindo-me ao servir de instrumento à Luz Divina, segundo Ato da Onipresença, Onipotência e Onisciência Imanente.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 10/10/2020
Código do texto: T7084497
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