Sem máscaras
Eu quis me esquivar da poesia; o momento nem tá pra isso; há um dilúvio de coisas ruins. A terra pega fogo, o ar nos infecciona, a água chora suas minguadas lágrimas e o ser humano talvez esteja em seu estado pedra.
Fiz uma reserva num cantinho do jardim
e lá fui descoberta por um João-de-barro.
Enquanto regava o bem-me-quer perto do portão ele recolhia material para sua construção.
Então percebi que a poesia me persegue e o João-de-barro não parou na quarentena.
Últimos retoques no telhado.
Uberlândia MG