Meu castelo de ilusões
Nesses meus vazios,
fiz um vasto universo,
das dores que rasgam min'alma,
ergui meu grande castelo
E quando a dor dilacera como espada
mergulho em meu abismo
Todos os dias olho o vazio no horizonte,
A calma que paira, que transmuta, vem ao longe, o gosto da solidão, atinge como os últimos raios de sol em toda minha imensidão
Sinto transbordar de mim tantos silêncios, sou uma alquimia de sensações que me tomam, me invadem,
Preciso dar alento ao meu coração...
Preciso que o universo me dê um pouco mais de atenção.
Talvez seja prepotência minha, mas preciso dar uma nova direção ao meu caminho, a minha vida.
Tenho vagado por vielas sombrias,
Uma solitária nos castelos de ilusões
Nesse emaranhado confuso que criei dentro mim.
Rastejo nas lembranças, vago pelas esperanças, na ânsia de me encontrar
Vejo meu reflexo no espelho, já não sei quem sou, já não me reconheço.
Preciso me libertar da clausura que eu mesma criei, no intuito de me proteger,
De tudo que me feria a alma, de tanta maldade, tantas desilusões...
Me fiz prisioneira do meu castelo de ilusões, onde nem mais o grito traz libertação, onde os gemidos se tornaram parte do meu martírio, preciso novamente me olhar, preciso me encontrar, no labirinto em que me perdi, eu me perdi de mim, preciso soltar o verdadeiro grito preso, preciso me libertar do medo, medo de voar, medo de que toda dor, volte para me atormentar.