Era como se eu existisse em falso
Era como se eu existisse em falso. Um eu-lírico que escreve poemas e vive no mundo da lua. Não existo. Quem dera existisse em poesia, seria muito mais feliz. Não gosto de chorar, mas quando escrevo um poema eu até gosto; me confundo às vezes, nem sei se o que li me traz algo que sou. Quem sabe um dia eu aprenda a conviver comigo mesmo; hoje, sou aos dias como as estações e das noites de poesia faço meu exílio. É como se o meu mal fosse a minha cura, entendeu? nem eu. Por sorte ainda não enlouqueci - Pelo menos eu acho. Pretendo ter no máximo mais uns trinta poemas de lucidez. Depois, mesmo que os dias me ameacem e que as palavras me cerceiem o direito de ir sem vir, me fingirei de louco. Talvez assim me deixem em paz.